Um bilhete escrito por um aluno de 14 anos à sua professora foi destaque em várias mídias. O recado levou a docente a promover uma campanha para arrecadar alimentos. E assim a população, com sentimento de solidariedade exacerbado pelo pedido, elogiou a ação da professora.  

Mas uma grave condição ficou submersa na emoção daquele pedido. A fome comoveu. Entretanto, quem se perguntou qual a base de tanta pobreza? O bilhete mostra a degradante condição a que o jovem foi submetido durante o período escolar. Como um menino que não aprendeu escrever a própria língua viria a ter um futuro melhor? O bilhete no seu texto original diz o seguinte: “Professora me ajuda estou sem nada para comer em casa eu “enproro” pra senhora”. E a mídia deu uma ajeitadinha na frase, adulterando-a.  

“A fome não pode esperar”, disse a professora se sentindo grata em poder ajudar.  A docente é grata por ajudar no quê? Em matar a fome da família do menino por um mês? Só que, a frase completamente errada escrita pelo aluno expõe uma mazela profunda do ambiente escolar. A má formação de um aluno é base de pobreza e fome. A docente deveria se perguntar como se sente diante do resultado das salas de aula que fez milhões de vítimas pelo Brasil inteiro. Sim, a própria escola contribuiu demais para deixar o aluno e sua família paupérrimos. Quantas famílias famintas de saber tem em nosso país? 

Em pauta: A quem estes desajustes interessam. 

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Fonte: Aluno escreve bilhete implorando por comida, e campanha por alimentos acaba ajudando 40 famílias: ‘A fome não pode esperar’ 

https://g1.globo.com/pr/norte-noroeste/noticia/2021/12/17/aluno-escreve-bilhete-implorando-por-comida-e-campanha-por-alimentos-acaba-ajudando-40-familias-a-fome-nao-pode-esperar.ghtml