DA SÉRIE: DETALHES MOSTRAM SOLUÇÕES
O diabo mora nos detalhes, diz um provérbio alemão. E que diabo gigante é esse escondido em tamanho número de detalhes que já não dá mais para acobertar?
Nunca, os mais variados preconceitos se fortaleceram tanto ou ganharam tanta força e amplitude como na atualidade. Nunca se falou tanto de racismo. Nunca os direitos das minorias foram tanto cobrados. Como nunca se criou tantos preconceitos, tantos temas separatistas. Nunca se criou tantos significados paralelos que antes não existiam. Nunca se produziu tantas identidades. Nunca se criou tantos gêneros, só no Brasil são dezenas, sendo que a ciência da natureza só reconhece dois. Nunca, nunca mesmo, se impôs o gênero biológico, e os demais títulos criados, como primordiais para uma vida civilizada em sociedade.
Então, vem a pergunta: Que importância maior tem a experiência sexual, ou a intimidade de cada indivíduo, no contexto do ambiente coletivo? Por que todo mundo precisa saber ou imaginar o que se passa entre quatro paredes para ser aceito ou não? Gênero e sexo são termos convergentes. Homem e mulher refletem a condição de indivíduos, apenas. As qualidades de ambos são uma conquista individual e nada mais. Nunca se pode impor aceitação disso ou daquilo, conquista-se o lugar e pronto. Se não foi criada uma base consistente para que todos tivessem igualdade de condições, que os governos sejam punidos com severidade por este crime social, sem dar trégua. Para o presente, que o povo exija políticas públicas de base para que o futuro possa ser melhor. Se não, tudo só ficará pior. O presente e o passado mostram isso.
E tem mais: A condição sexual é preponderante no exercício da cidadania? Na carta magna do Brasil diz que todos são iguais perante a lei. Por que se instituiu o separatismo e não se fez valer a lei? Uma pessoa competente e segura de si, que busca se desenvolver como pessoa humana, precisa impor sua opção sexual para atuar na sociedade? Não, claro que não. Eu mesma conheci vários homossexuais, pessoas incríveis, que se sentiam oprimidos pela postura dos pares diante das rotulações. Queriam se sentir apenas indivíduos como qualquer outro. Temos famosos, de tempos passados, que fizeram trabalhos magníficos, faziam sucesso e eram aplaudidos pela sociedade inteira pelo trabalho, não pela condição sexual. O que mudou?
Mas no final das contas, que resultado pode dar? Certamente, nada favorável as próprias minorias. Que importa a sexualidade no mundo mercantil, por exemplo? O mercado e a economia são dinâmicos e ao mesmo tempo inertes aos pontos do subjetivo humano. Portanto, o posicionamento de cada indivíduo na sociedade, só tem força relevante se baseada na capacidade e desenvolvimento de cada pessoa. Todos devem entregar produtos e serviços que atendam às necessidades de qualquer indivíduo. Caso contrário, não há campanha alguma que vai proteger quem quer que seja. O mercado é selvagem, vence quem faz e não quem fica gritando por direitos.
Racismo.
E ainda tem o assunto do Racismo. Nunca o racismo foi tão racista. Lembro que no passado os noivos recém-casados e apaixonados, só ouvi entre brancos, se tratavam carinhosamente como “nego” e “nega”. Quem já ouviu isso? Era um carinho tão explicito que perdurava a vida toda em alguns casais. Hoje, isso seria rotulado como apropriação de propriedade intelectual. Também, segregaram as palavras negro e preto. Os negros não querem ser identificados como negros, mas como pretos. Seria por conta do nome do bolo “nega maluca”? Pura ironia! Mas é bom frisar que os consumidores, lá atrás, não associavam o nome do bolo a qualquer aspecto racista. Mas numa padaria paulista deu a maior treta. Não era para menos. Haja estrutura para tanto preconceito onde não havia preconceito.
Mas afinal, quem são os racistas? No Brasil temos mais de 50% dos cidadãos que nasceram de gente branca casando-se com gente negra, ou seria preta, e vice-versa. Se sempre houve racismo porque isso tem acontecido?
Então, vamos pensar nos detalhes.
O mais interessante disso tudo é que o objetivo e o empenho da mídia e outras entidades em emplacar todo tipo de preconceito está sendo alcançado, mesmo que pareça ser o contrário. Ou seja, separar e conflitar ao máximo. Nunca se viu tanta agressão e violência explicita por todo lado, inclusive contra as minorias que tanta divulgação tem a seu favor visando garantir mais direitos exclusivos. Sim, exclusivos para eles. Como isso pode acabar com os preconceitos? Nunca. Todo indivíduo que quer conquistar respeito tem que agir em prol do bem comum. Lutar pelos direitos de todos. Afinal, a carta magna da nação não faz distinção de ninguém.
Mas qual a explicação básica para o efeito contrário? Maiorias e minorias têm o mesmo mal, são egoístas e individualistas. As minorias brigam pelos seus direitos e, quando em cargos políticos, deveriam pleitear pautas para todos, para o bem geral. Fato que os colocaria em evidência e o respeito seria mera consequência. Como podem conseguir o que buscam se agem segregando, como dizem que a maioria faz? Ninguém ganha espaço à força. Há espaço para as minorias (5%) e para as maiorias (95%) da população brasileira, segundo pesquisa. Portanto, não é no mero grito que as coisas mudam.
Por isso, o tiro está saindo pela culatra. Não há ganho de uma parte, subjugando a outra, nem mesmo com toda a mídia forçando a barra.
Quem cumpre seu dever tem os direitos garantidos, naturalmente!
Mas vamos ao ponto final. A nação precisa estar ciente de que todos estão no mesmo barco. O povo precisa cumprir com seu dever individual, independentemente da condição de cada um. Aos vulneráveis é preciso cobrar do estado o cumprimento da lei. É visível que das mazelas sociais o estado (com seus políticos) tem se omitido, causando imensos prejuízos ao povo. Se o povo não exigir que o estado faça justiça e cumpra com a carta magna, ninguém terá conquistas. E nisso, os preconceitos tão exacerbados são um mero jogo para dividir e enfraquecer a nação.
Se há lei, que se cumpra com a rigidez necessária! Assim, todos terão respeito e serão respeitados, sem considerar minorias ou maiorias. Quanto mais se fala e se deixa a injustiça correr solta, mais a revolta e agressão se fazem presentes.
Mas é fato que a gravidade e a potencialização do preconceito estão em todos os lugares de forma subliminar e, por vezes, de irrelevância aparente. Isso aconteceu nas inscrições para o prêmio literário Jabuti 2022. Pasmem, o regulamento, agora, obriga o autor a colocar sua cor e condição sexual. Portanto, já na inscrição, o concurso Jabuti coloca o racismo e o sexismo como critérios de avaliação. É um prêmio literário, certo? Portanto, não deveria ser a cor ou a condição sexual um item relevante para um concurso literário, mas somente o conteúdo de valor que o escritor apresentasse.
Ou seja, ninguém está ganhando com a maciça propaganda contra o preconceito. Ele só está se avantajando. Só uma justiça célere e punitiva dá jeito em qualquer coisa, inclusive nos preconceitos. Os problemas só são resolvidos se a ação for na base onde eles são criados e ponto final.